Sporting Clube de Portugal – passado e futuro

O SCP, maior clube português em troféus conquistados nos seus 100 anos de história, atravessa um dos períodos mais conturbados da sua vida: falta de títulos na sua modalidade principal – o futebol, dificuldades económicas e financeiras, bipolarização dos seus sócios, excessiva mediatização dos seus conflitos, guerras passadas por acordos e desacordos pelas opções estratégicas tomadas pelos sucessivos conselhos directivos.

Um clube existe para promoção do desporto, para servir emoções, para juntar causas, para nos fazer esquecer tristezas e nos realçar bons momentos de vivência.

É evidente que na sociedade actual, e com o nível económico que, principalmente, o desporto-rei atingiu através das receitas que o seu mediatismo gera e do seu orçamento de despesas que tantos interesses desperta, encontramos uma adulteração dos princípios criadores. Estamos em face de uma deturpação, gerada pelo homem, que já não serve o homem, tal como os “mandamentos” constantemente adulterados e que são interpretados à luz dos tempos, sendo no entanto, para os que acreditam, intemporais.

Deixemos o passado, e falemos do futuro. Que caminho tem um clube desportivo? Encontro o seguinte : ter condições para subsistir, juntar pessoas com um objectivo, ou mesmo um “gozo” comum, servir os praticantes e promover vaidade.

Chega de “eu acho que…”, chega de “não concordo com…”, chega de “ele quer porque…”. O que todos devemos querer é defender o referido caminho, desinteressadamente, possibilitando a continuidade do nosso Sporting e permitindo Alegria, que é a palavra-chave.

O actual conselho directivo, eleito de acordo com as regras estatutárias do nosso clube, traçou um plano de viabilidade financeira, traçou um plano desportivo, traçou um plano organizacional. Confiámos e já não confiamos? Não os elegemos nós maioritariamente para um mandato? Como em qualquer democracia, cabe agora aos sportinguistas avaliar o trabalho desenvolvido, estar ou não de acordo com as propostas apresentadas e com os resultados conseguidos, e retirar as suas conclusões.

Mas ninguém apaga o passado, aliás em qualquer balanço empresarial os saldos das diversas contas de activo e passivo transitam com os exercícios. A situação é a que existe, ponto!, com situações boas e menos boas, destacando-se pela positiva a extraordinária escola de formação que temos, o nosso magnifico estádio, a nossa história de sucesso, e pela negativa os curtos sucessos no futebol e as nossas dificuldades financeiras.

Vamos a isto: temos uma grande marca – “Sporting”, temos a melhor massa associativa do mundo, temos criatividade, temos vontade, temos “coragem”. Vamos juntar tudo isto a uma missão em prol do desporto e da sustentabilidade, assegurando um clube economicamente viável, gerido com base nos supremos critérios éticos da gestão e dos procedimentos, com respeito e transparencia para com todos os seus sócios.

Para tal, façamos renascer o nosso Sporting, com Esforço, Dedicação, Devoção e Glória, enfim, um “Sporting Global”, um Sporting que os Sportinguistas merecem.

Pedro Pinto Souto